terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Matérias encontradas neste blog


Você poderá navegar pelo blog e consultar algumas das matérias que realizei para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).  Veja o portfólio do conteúdo.

Entrevista:

Presidente do Instituto Monitor, Roberto Palhares












Entrevista:


Matérias: 





Entrevista: Jornalista Wilson Bueno

Por: Wilkner Anderson

Entrevista realizada em outubro/2008

Fonte da Educação a Distância: A COMTEXTO oferece cursos de aprimoramento profissional a distância. Ou seja, não é um curso de graduação em Jornalismo, ou qualquer outra área da Comunicação. O Sr. acredita que um aluno possa se formar em Jornalismo a distância? Esse estudante terá conhecimento e conseguirá simular a realidade de uma redação - que acontece no ensino presencial - na educação distância?

Wilson da Costa Bueno: O curso de graduação em Jornalismo, a meu ver, em função de suas particularidades, sobretudo a sua perspectiva prático-laboratorial, deve ser realizado na forma presencial. É fundamental, na atividade jornalística, o trabalho em equipe, a interação, a construção coletiva da produção jornalística, o que não é possibilitado pelo ensino a distância. 

F.E.D: A Comunicação, por ser da área de humanas, normalmente, requer um relacionamento pessoal entre professor/alunos. Com a educação da comunicação realizada a distância o aprendizado do aluno pode ser prejudicado?

W.C. B: Há disciplinas e conteúdos que podem ser trabalhados no ensino a distância, na área de Humanas e mesmo no curso de comunicação, mas eles não podem se referir a aspectos ou projetos práticos, ou seja, devem estar restritos à formação básica. De qualquer forma, não poderia jamais, a meu ver, descartar uma parte presencial porque o debate, a troca de experiências é sempre fundamental em Comunicação/Jornalismo. Uma disciplina totalmente a distância poderia não cumprir com os seus objetivos. 

F.E.D: Porque os cursos são realizados via e-learning? Foi o melhor método para o aprendizado do aluno de comunicação que está distante? Cogitou-se disponibilizar esses cursos em outras plataformas? (Correio, TV, CD...)

W.C. B: Os cursos tratam de áreas específicas da cobertura jornalística e não têm uma perspectiva laboratorial, apenas buscam provocar o debate, definir conceitos e estimular a reflexão sobre questões básicas destas áreas de cobertura (saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia). Na prática, eles contribuem com profissionais ou alunos que dificilmente teriam condições de ter acesso a estas informações em cursos presenciais porque eles são raros ainda no Brasil, mesmo nos cursos de Jornalismo. Muitos dos alunos têm se encaminhado para o mercado, para a especialização e para o mestrado stricto sensu. 

F.E.D: O que os profissionais de jornalismo e pesquisadores (de jornalismo e EAD) dizem ao Sr. sobre essa inovação de criar cursos de comunicação (principalmente de jornalismo) a distância? O Sr. costuma ouvir críticas ou elogios?

W.C. B: Eu costumo ouvir elogios e críticas. Os elogios felizmente vêm, sobretudo, das centenas de alunos que já tivemos desde que iniciamos com estes cursos, embora seja preciso reconhecer que uma porcentagem deles (felizmente inferior a 20% nos cursos individuais) não consiga concluí-los com sucesso por uma série de motivos. É necessária dedicação, disciplina para o trabalho, gosto pela leitura (os cursos têm muitos textos) e nem todas as pessoas têm esse perfil. As críticas vêm dos que imaginam que o curso poderá abrir definitivamente as portas para o mercado (o que é algo que não se promete porque não se consegue cumprir) ou dos que talvez possam esperar deles uma perspectiva eminentemente prática. Muitos imaginam também que é uma forma fácil de conseguir um registro profissional, mas esses são desestimulados logo após o primeiro contato. Nossos cursos não têm esse objetivo e como jornalista e professor, sou totalmente favorável aos cursos de jornalismo. Alguns colegas têm restrições também ao conteúdo mais politizado e crítico dos cursos, fruto de meu próprio perfil de jornalista, mas há espaço para o debate, para a divergência, pois a interação com os alunos não assume (cuido muito disso) um tom professoral, há respeito pelos que pensam de maneira diferente. 

F.E.D: Quantos alunos a empresa já formou nos cursos a distância? Quantos professores trabalham/elaboram conteúdo para a COMTEXTO?

W.C. B: Já tivemos centenas de alunos em nossos cursos a distância de Jornalismo e Comunicação. No início, fazíamos cursos em turmas, mas hoje trabalhamos preferivelmente com cursos individuais, porque fica mais fácil respeitar o ritmo de cada aluno e a interação é mais recompensadora. Mantivemos os cursos em turmas apenas sob encomenda. Todos os cursos foram elaborados pela COMTEXTO e a responsabilidade de todos eles é minha. Na verdade, são cursos que têm a ver com as disciplinas que ministro, há muitos e muitos anos, na ECA/USP e na UMESP, minha atuação como profissional, pesquisador e consultor. 

F.E.D: Quais as perspectivas da COMTEXTO para o próximo ano? Existe a intenção de elaborar novos cursos?

W.C. B: Temos sete cursos em andamento e há a previsão de pelo menos três para o futuro próximo: Comunicação, Jornalismo e Agro business (ou Comunicação Rural), Comunicação e gerenciamento de crises e Auditoria de Imagem (os dois últimos na área maior de Comunicação Empresarial). Pouco a pouco vamos implementando novos cursos, em função das nossas disponibilidades e demandas do mercado.

As responsabilidades do tutor e da instituição de ensino na EAD

Por: Wilkner Anderson 

Matéria produzida durante o 14° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, em setembro/2008.

O tutor não é um mero mediador e instrutor do conteúdo elaborado pelo professor. O apoio na orientação de conteúdo, correção de matérias e provas são algumas das funções básicas e essenciais. A instituição de ensino fornece toda a estrutura para os envolvidos: aluno, tutor e professor, mas existem aspectos a serem aprofundados e melhorados. 

Segundo o Coordenador de EAD do campus Vergueiro da COC, João Flávio Junior, a principio deve existir uma coerência na escolha desse profissional. “Na verdade, aqui no COC, o tutor também é professor. Por exemplo: se ele – tutor – é graduado em Pedagogia, esse profissional poderá ser tutor do curso em que se formou. Se tiver uma pós-graduação voltada para área, melhor. Ou seja, ele é uma pessoa conhecedora do ofício”.  

Existem aspectos do tutor que precisam ser trabalhados. O interesse em desenvolver um trabalho coerente e produtivo deve partir da personalidade do profissional, mas nem sempre ele tem essa atitude. “Você, enquanto instituição de ensino pode desenvolver – o profissional -, porem é muito mais complicado você trabalhar com a questão atitudinal tendo em vista que isso é inerente à pessoa” destaca o pesquisador Marcos Dalmau da Universidade Federal de Santa Catarina. 

Por essa razão, a escolha do tutor deve ser rigorosa, seguindo aspectos importantes sobre a vivência profissional do candidato. “Escolhemos de acordo com o histórico profissional. Ele – tutor – pode ter iniciado a profissão em sala de aula, como professor. Não temos problemas quanto a isso. Exigimos, apenas, graduação na área de tutoria, ou, até mesmo uma pós-graduação”, afirma João Flávio Junior.

Os estudos quanto a atividade do tutor, devem ser aprofundados. Esses profissionais são de extrema importância para o aprendizado do aluno e êxito na realização do curso, por parte da instituição. “Hoje se você não tiver um bom gerenciamento de tutores por mais que se trabalhe o aspecto pedagógico tecnológico os resultados não serão eficazes.” conclui o pesquisador.

Ouça a entrevista com Marcos Dalmau - UFSC

Por que existem alunos que abandonam um curso a distância?

Por:  Wilkner Anderson 

Matéria produzida durante o 14° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, em setembro/2008.

São vários fatores que influenciam o aluno a desistir de estudar a distância. Muitas vezes, por questões pessoais – falta de tempo e familiaridade com o sistema, sobrecarga de trabalho – e falta de organização de algumas instituições. Essas causas devem ser trabalhadas para que novos alunos não parem no meio do curso. 

A pesquisadora Onília Cristina de Souza de Almeida, da Universidade de Brasília, afirma que o problema de uma instituição, nem sempre é o mesmo de outra. “O modelo da redução da evasão depende de cada instituição de ensino” afirma. Segundo a professora, não existe um modelo pronto para trabalhar a redução dos desistentes de EAD. “Em minha opinião, a evasão é o calcanhar de Aquiles da EAD, por isso, é importante identificar por que alguns alunos abandonam o curso” destaca. 

Existem casos de alunos que desistem do curso por motivos pessoais. Nesse momento a instituição de ensino deve identificar e trabalhar de acordo com a realidade atual do estudante. ”É importante que a instituição esteja preparada para ajudar o aluno no momento que ele estiver passando por problemas pessoais, como sobrecarga de trabalho”, afirma. 

Segundo o anuário estatístico brasileiro de educação a distância (ABRAED) a maioria dos alunos matriculados em EAD são maiores de 30 anos. Para Onilia Cristina, esses estudantes merecem atenção especial. “São adultos que trabalham e que tem pouca familiaridade com as tecnologias. O apoio administrativo da instituição é importante por isso, treinando o aluno antes dele iniciar o curso”, defende a pesquisadora. 

Sem esse trabalho, o aluno pode desistir do curso, pois ele não se sentirá amparado pela instituição. Além disso, poderá influenciar a opinião de possíveis novos alunos de cursos a distância. “Esse aluno desistente é um futuro aluno que não vai cursar uma modalidade de EAD, e ainda falará mal do curso que fez”, alerta. 

O importante, segundo a pesquisadora, é que as instituições de ensino despertaram para o tema, principalmente, quando começaram a ter perdas financeiras. “Um aluno a menos no futuro, influencia no fator econômico da instituição. Então, um curso que começa com 50 alunos e termina com 10, 20 alunos acarretará um impacto financeiro grande na instituição”, conclui a pesquisadora.

Ouça a entrevista de Onília Cristina.